MARTA JARDIM
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1/21/2018 0 Comments

Cavalos Selvagens

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Os Cavalos Selvagens de Bruno Alexandre, presente na Culturgest na passada sexta e sábado (19 e 20 de Janeiro) é uma peça que transpõe os limites da dança. Inspirado nos cadernos de Vasla Nijinsky, Bruno usa o tema de Cavalos Selvagens para adicionar um cariz de crítica social para nos tocar quase fisicamente. A peça contou com a excelente interpretação e cocriação de André de Campos, Bruno Alves e Francisco Rolo.
 
Vasla Nijinsky (Kiev, 12 de Março de 1890 — Londres, 8 de abril de 1950), foi um dos bailarinos e coreógrafos mais famosos do seu tempo, considerado por muitos o pai da dança moderna, trabalhou de perto com grandes personalidades como Diaghilev e Stravinsky. Com uma personalidade muito peculiar e excêntrica acabando por sofrer de esquizofrenia no final da sua vida. Bruno utiliza a biografia desta personagem, um corpo submisso a uma extrema disciplina, contrastando com os corpos indomáveis e fortes dos cavalos, afim dar o seu cunho.

Num palco nu, apenas com uma cortina na lateral, a excentricidade, o medo e a submissão à disciplina e às relações interpessoais são trazidas a palco numa ideia de sabotagem coreográfica como modus operandi. Inspirado no património dos Ballets Russes, a ficção mistura-se com o real coreográfico redefinindo paradigmas. A plateia é colocada em grande proximidade com os intérpretes, envolvendo-nos em momentos de comédia, crítica e reflexão. No segundo momento da performance, a atenção da plateia é apelada de forma verbal e cómica, pedindo explicitamente a atenção ao que se segue. A barreira é quebrada no auge da performance, quando um dos intérpretes entra na plateia e provoca os espectadores com uma extrema proximidade, criando uma enorme tensão, fazendo-nos consciencializar do nosso papel neste espaço. Posto isto, o plano é invertido, o pano de fundo cai e as luzes incidem sobre nós, colocando-nos no papel dos intérpretes.
​
Com uma abordagem genial, Bruno supera todas as espectativas na sua primeira criação. A sua vontade de agente ativo na crítica social, presente primeiro com a sua formação em direito, atualmente como criador artístico e interprete, cria um caminho muito promissor. Resta-nos esperar pelos os seus próximos trabalhos.

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    Marta Jardim

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